Fugere Urbem

domingo, 25 de abril de 2010

Inspira... Expira...


Nada como um dia no parque!
Inspira ar e expira arte .

sábado, 24 de abril de 2010

Filme do dia?


Into the Wild, Sean Penn.
"Happiness only comes when it's shared"

Into the Wild

A vida só tem uma saída: a morte. Isso fica claro desde o seu nascimento. O sentido da vida, no entanto, já é mais discutível, mais sentimental. Não, não, isso não tem a ver com qualquer tipo de alto-ajuda, fique tranquilo. É só uma observação... As pessoas costumam pensar nas coisas sem concluir os pensamentos, deixar pela metade só porque pensar por pensar não 'serve pra nada'. É comum, todos fazemos isso hoje em dia.
Voltando a vida, desejo mostrar-lhes meu ponto: o homem tem em si um desejo inalcansável por algo que não sabe bem o que. Esse algo vai se fantasiando em compras, empreendimentos, carreiras, sonhos... mas no fundo, o homem sabe que aquilo não é real, que não vai lhe trazer o que ele tanto quer. A maioria, senao todos, morrem com esse desejo -seja ele ignorado ou mesmo presente naqueles últimos segundos em que seu coração bate. Até agora foram os fatos, vamos a minha opinião: o que nos falta e tanto almejamos é a tal liberdade... Aquela mesma que é caçada pelo Estado, aquela que está nas letras das músicas, nas mensagens de moral, sim, todas essas liberdades, todas. Não sei bem se alguém já a alcançou, mas, fato é que a maior parte do mundo não a conhece intimamente. Eu digo que há escalas de liberdade, que há pessoas mais livres do que outras (não perante a lei, mas perante um julgamento próprio, da massa ou até divino, se preferir... Um julgamento do eu-lírico). Por exemplo, Niestzche tinha a ideia de que cada vez que alguém tem mais conhecimento é como se subisse em uma montanha, a montanha é alta e íngreme, o ar vai ficando cada vez mais rarefeito conforme você sobe e cada vez mais pessoas vão desistindo; o conhecimento cresce, você sobe mais a montanha, mas você também fica mais solitário. Penso eu que a liberdade seja mais ou menos a mesma coisa, no sentido de que quanto mais livre você é, consequentemente, mais sozinho. A liberdade plena devia talvez ser feliz, mas imagino que, pelo menos o caminho até ela, não seja. Também imagino que valha a pena, mas disso você pode discordar, não tenho base alguma, talvez nem motivos. Mas, com certeza, é diferente. Não digo porque sou livre, não, jamais, digo somente porque me deixo ficar refletindo e sobre e perceber que ao ser livre, você já atingiu um nível de conhecimento, satisfação, sabedoria, não sei bem a palavra, mas a sua consciencia é tão maior quanto qualquer outra que tudo vale a pena. Você enxerga algo que ninguém mais enxerga, ninguém. E justamente por isso, você não liga mais se vai morrer ou não, é uma felicidade tão pura e tão intensa que dispensa qualquer desculpa do porquê você está ali sentindo aquilo. Acredito, também, que essa liberdade não vem a todos e, aos que conseguem enxergá-la e agarrar-se nela, ela só vem com plenitude na hora da morte. Mas não é uma morte como as outras, ou, pelo menos, os últimos instantes de vida não são como os de qualquer outra pessoa, são provavelmente os instantes mais felizes de suas vidas, os instantes mais emocionantes, com mais sentimentos do que qualquer outro.
Muito provavelmente eu só tirei tudo isso de um filme, de um livro; muito provavelmente você, leitor, não vai ligar muito, mas também, muito provavelmente, em algum momento irá lembrar disso... Não no sentido de que eu estou certa, de maneira alguma, mas no sentido de se perguntar por que nunca está satisfeito, por que nunca está totalmente consciente, por que sente sempre parte de você faltando e etc. Não espero ter grande importancia na sua vida, não, espero simplesmente conseguir escrever claramente o que penso, para tentar que seja transpor em palavras, para colocar nas coisas o seu respectivo nome. Chamá-las pelo seu nome certo, se é que isso é possível. E esperar, muito provavelmente em vão, que isso me ajude na caminhada montanha acima... e, quem sabe, morrer em meu momento de mais forte extase, momento para o qual vivi, mas vivi com maestria e beleza e carinho e paixão.